sexta-feira, 18 de abril de 2008


Pra começar:

O Blog está em fase de conclusão, já liberei os acessos pq eu sou muito ansioso rsrsrs!!! Aproveitem e me ajudem

ABRAÇOS DO ALÊ


Vestido Branco, Vestido preto
Alexandre Matias

Era dia, o dia mais escuro de que se tem noticia,
ninguém sabia pq, mas os pássaros não cantaram, nem cantariam.
Ela dentro de seu casebre fazia mingau, ou estava tentando fazer o tempo passar mais rápido.
Naquele dia sombrio a única coisa que passava,
eram transeuntes sem direção, os ponteiros do relógio pareciam se manter imóveis
Mexia na panela, mexia o mingau, assoviava, os vira-latas torciam as orelhas
Assoviava para preencher a lacuna que a falta do canto dos pássaros deixou.
Ela parou, olhou pela janela, se via ainda menina brincando no quintal de terra batida, mexia o mingau, mexia a panela, assoviava.
Depois de uma hora o relógio marcava um minuto corrido, as horas eram minutos, e tudo estranho, se perdia nas bolhas, assoviava, mexia a panela, mexia o mingau.
Era dia nove ou semana nove ou mês nove, já entardecia, o mingau pronto, sem sal, sem açúcar, sem gosto, o prato sem mingau, o mingau para os porcos.
Acende uma vela, para aumentar a claridade, apagou o fogão,varre o tapete tentando lembrar seu nome, foi em vão, colocou o vestido negro como ela, saiu, trancou a porta, soltou o burro, montou, partiu.
Ainda tenta lembrar seu nome, comprou flores, cartão em branco, não lembra o nome, segue.
Pára o burro em frente à velha igreja, do cemitério, da praça, da venda, então desceu e entrou na igreja, procura um rosto familiar, em vão, seguiu até o caixote que se carrega corpos sem vida, sem alma, aproximou-se, assustou-se, talvez seria, talvez não, se viu nitidamente dentro daquele caixão, não conseguiu chorar, não conseguiria.
Flores no chão lembra das velas acesas em casa, ou vai, ou não, com a janela aberta, o vento circularia, mas o vento apagaria? O vento Espalharia?

Não sabe, não se lembra do caminho até lá, vai a porta da igreja, procura o pangaré, ou era um burro, ou um cavalo, teria vindo a pé? Ou teria passado o resto da vida como mendiga, como doida varrida,moraria nessa cidade, nesse país, nessa Terra?
Pq tudo brilha tanto agora? Por que gritam seu nome, ela não lembra seu nome, não veste preto, veste branco, segue a luz, senti alegria, descansa em paz.

Era dia, o dia mais claro de que se tem noticia...

Um comentário:

Anônimo disse...

Tá foda (H)